domingo, 1 de julho de 2012

Espelho para cego?


Preste bem atenção no que vou te escrever...
Porque vou repetir essa expressão por duas vezes
"Sou teu amigo, não teu cúmplice."
Não tenho que concordar com tudo que você pensa, diz e faz.
Você tem muitas pessoas para te bajular, não sou teu bajulador
Se nossa amizade persistir será pela afirmação daquilo que temos em comum
Creio que nossa amizade persistirá porque ela é, e sempre foi baseada numa relação de sinceridade. 
Não poderia ser diferente, não da minha parte.
Por isso reafirmo: sou teu amigo, não teu cúmplice.
Houve muitos momentos em que questionei, em que discordei de suas atitudes, gestos, ações. Quando discordei fiz isto de maneira firme, porém humana e fraterna. Fazendo questão de deixar claro minha posição.
Nossas posições politicas são diametralmente opostas, e dai?...Porém...

Vivemos numa época em que as pessoas não aceitam um NÃO como resposta, não aceitam uma reprimenda, não aceitam terem suas atitudes questionadas.
Qualquer pessoa que discorde é um inimigo.
E o inimigo, o discordante deve ser aniquilado, deve ser eliminado, extinto, exterminado.

Assim, vemos as pessoas sendo mortas em brigas de torcida, em guerras religiosas etc.
Vemos também a hipocrisia  das pessoas quando se espantam diante da violência; mas principalmente quando a violência se torna um espetáculo midiático.
Querem aniquilar o 'outro'.
Se "o inferno são os outros", como dizia Sartre, são também o ponto de referência para nossa existência, o espelho por meio do qual o sujeito vê a si próprio.Desta forma, os outros são nosso espelho.
Vivemos numa época em que o sujeito se destaca por sua capacidade conviver com a hipocrisia, a falsidade, a mentira.
Talvez esta seja a razão "por verem um mundo doente", por verem a si próprios doentes pretendem destruir todo e qualquer espelho, O OUTRO.
Não posso pactuar com esse tipo de atitude. 
Luto numa outra frente.
Meu fronte é outro, pois no cabo de guerra que a civilização humana trava com a barbárie
Me aliei à educação. 
Na tenção que se estabelece entre um novo mundo e sua destruição, tomei o partido da cultura, da civilização, da educação, da construção do homem integral, ecológico...

Nossa amizade sobreviverá se, e somente se, sobre nossas incompatibilidades sobrepusermos nossas empatias.
Noutras palavras, se prevalecer as  qualidades sobre os defeitos, se prevalecer o afeto sobre o ranço.
Enfim, a amizade persiste, se persistir não o ódio, mas o AMOR.