quarta-feira, 31 de março de 2010

Nunca lutei tanto para salvar a vida de uma pessoa, nunca me senti tão impotente

Combate perdido; mas guerra continua

Já ouviu falar de um homem que resistiu a uma seqüência de 5 enfartos?
Eu já; foi o que aconteceu com meu padastro (pai)
Resistiu o quanto pode, nós lá pedindo a ele que resistisse, não sabíamos, estávamos só prolongando seu sofrimento, já que não viria socorro de lugar algum
Muitos morreram nestas mesmas condições aqui em Mongaguá, e, se nada for feito muitos ainda morrerão...
Não vamos calar
Não vamos parar
Não podemos
Não temos o direito, ainda há seres humanos correndo riscos aqui nos prontos socorros

domingo, 28 de março de 2010

A saúde pede socorro em Mongaguá 2010



Durante muito tempo em minha vida fui um cético, não acreditava em Deus, ou, se acreditava, guardava com essa crença uma relação utilitarista.
Nesta semana tive minha pouca fé testada, meu pai precisou ser socorrido com um enfarto ao pronto socorro central de minha cidade. Começamos aí uma longa caminhada rumo ao conhecimento dos mistérios de Deus, ou do abandono e descaso com a saúde em meu município, uma verdadeira VIA CRUCIS.
Desde o início foi SÓ mau atendimento e descaso por parte dos médicos. Em alguns momentos cheguei mesmo a duvidar da qualificação técnica de alguns deles, haja vista, tamanha incompetência da parte de alguns deles.
No primeiro atendimento a médica sequer se levantou de sua cadeira para auscultar o coração de meu pai, apesar de sua reclamação de dor no peito, somente com muita insistência de nossa parte a mesma autorizou que fosse feito um eletro cardiograma. Eu, apesar de ser completamente leigo, notei algo de estranho no eletro; porém, como não tenho nenhuma formação para afirmar algo sobre o exame, procurei entregar à doutora para que ela fizesse a leitura do mesmo, uma leitura supostamente técnica. Ao receber o eletro em suas mãos a “Drª” olhou com um ar de superioridade o pequeno pedaço de papel e afirmou categoricamente não haver nada de errado, que bastava que ele fosse medicado e dispensado (noutras palaras, tomasse um soro), afinal tratava-se de um leve mal estar.
Durante a semana, meu pai, mais uma vez com dores no peito, foi a um ambulatório local, Vila Operaria, e lá foi tratado com o mesmo descaso pelo médico “Dr House” (força de expressão, embora seja bem provável que ele de fato se sentisse como tal), que, provavelmente tirou seu diploma num terreiro de macumba, já que sem sequer tocar no paciente que reclamava de dor no peito diagnosticou uma “verminose” e solicitou um exame de fezes. Repito mais uma vez, ele sequer considerou os reclamos do paciente se queixava de dor no peito. Pergunto-me, que tipo de procedimento clínico ele teria usado para concluir tal absurdo? E, ainda num lance de absurda ARROGANCIA e prepotência, quando solicitado por minha mãe uma guia, um encaminhamento, para um cardiologista, respondeu QUE O MÉDICO ALI ERA ELE E QUE ELA, UMA IGNORANTE, NADA SABIA PARA FAZER TAL TIPO DE SOLICITAÇÃO.
E ainda não acabou, nesta ultima sexta-feira 26 de março, meu pai teve que ser mais uma vez socorrido ao “famigerado” pronto socorro central de Mongaguá, onde sequer existe uma Unidade de Tratamento Intensivo, a famosa UTI, imaginem um pronto socorro que não possui um pronto socorro.
Pois foi nesse ambiente de preparação para as passagens, de preparação para a morte, que meu pai lutou uma das batalhas que, se não foi (pois ainda me resta uma centelha de fé em sua recuperação) será uma das mais difíceis dias de toda sua vida.
24 horas de sofrimento profundo. Até então, em minha vida, nunca tinha o visto tão indefeso, tão fragilizado, ele parecia pressentir a morte rondando seu leito, chegou a declarar em algum momento para minha esposa que não retornaria para casa.
Lembram-se daquele eletrocardiograma feito por meu pai no sábado dia 21/03/2010, pois é, ele foi levado na última sexta feira a outro médico, de uma clinica particular, que ao ter em mão o exame identificou de imediato um caso de enfarto, ou seja, meu pai estava enfartado desde o dia 21, o mesmo eletro foi levado ao hospital de Itanhaém, neste domingo dia 28/03/2010, e o médico mais uma vez foi categórico em afirmar que ele já estava enfartado desde o dia em que havia sido realizado o eletrocardiograma. Detalhe, o mesmo que a médica do pronto-socorro havia afirmado estar normal.
A posição fetal; é interessante que esta posição revele a verdadeira condição do homem, a de absoluta fragilidade, de absoluto desamparo diante do desconhecido que é a morte ou a vida. Revela também, em algumas ocasiões o nível de sofrimento a que uma pessoa esta submetida. Pois foi assim que vi meu pai, um baiano forte e lutador, que até esse momento era ainda meu “padastro”.
Foi ali que reconheci meu pai, e, por incrível que pareça foi também passando por esta situação que ele me reconheceu filho.
Como diz o ditado, antes tarde do que nunca.
Que nos resta agora? Resta-nos esperar.
Ah, também nos resta esperar que mais nenhum ser humano caia nas mãos do sistema de saúde de Mongaguá assim como ele está.
Está sucateado, está abandonado, foi esquecido pelo poder público, foi esquecido pelo prefeito (dizem por ai que ele ainda não assumiu seu mandato), certamente nenhum de seus entes queridos depende desse sistema.
Foi esquecido pelos vereadores, que esqueceram sua função pública de cobrar e vigiar o executivo, de representar a sociedade, a população, sabe-se lá se estão vendidos, se foram corrompidos, talvez não pelo dinheiro, mas quem sabe pelo poder.

QUANTO A MEU PAI, ESPERAMOS EM DEUS

JÁ A SAÚDE EM MOGAGUÁ ESTA COMO ELE, NA UTI

Jairo de Sousa Melo

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

A patrulha da Moralidade esta de volta na UNIBAN

VIRAM O QUE ACONTECEU NA UNIBAN SEMANA PASSADA?


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CAROS AMIGOS.

DEVO CONFESSAR, ESTOU COM MEDO!
Em pensar que na década de oitenta, quando ainda era um garoto, ia à praia para ver mulherada com biquíni fio dental e asa delta etc, agora cara, estou até preocupado se devo confessar isso aqui, é bem capaz que um desses alunos me considere um pervertido. Hoje são xingamentos e linchamento moral, amanhã é linchamento de fato e fogueira.
O futuro é sombrio meus caros, ouçam os brados desses garotos... (puta, puta, puta)
E nas escolas as coisas estão assim ou pior?
Por aqui e por ali o que se vê é um moralismo conservador sem limites, baseado, como sempre, na velha hipocrisia que grassa a sociedade.
Imaginem você que aqueles jovens da revolução estudantil de 68, queriam que as garotas fossem liberadas para ir a seus quartos, lutavam contra valores morais que julgavam repressores e ultrapassados.
Cara, to vendo uma porção de alunos aí defendendo o que foi feito com a garota, usando como justificativa o fato de ela ter "usado uma veste inadequada". Qual será a defesa quando atirarem alguém da escadaria no próximo mês? Certamente vai aparecer alguém alegando algo do tipo: "pow, mas ele era gay", ou coisa parecida. Tem gente se formando em direito naquela faculdade? Pelo visto tem, alguns já estão até treinando para defender o indefensável. Está feio mesmo. É claro que o que está dito aqui não se aplica a todos daquela universidade, mas a julgar pela multidão que gritava “Joga pedra na Geni...”, curiosamente lembrei-me do Chico.
Em todo caso, que sirva de alerta, quando for àquela universidade fazer uma palestra, uma visita ou coisa do gênero, esteja acompanhado de um desses bispos defensores da moral e dos bons costumes, na pior das hipóteses ele poderá te dar a extrema unção.
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segunda-feira, 28 de setembro de 2009


Bem, meus caros
Não costumo indicar livros que não tenha lido, por isso, como minha primeira indicação sugiro a vocês a leitura do livro "ILUSÕES: as aventuras de um messias indeciso" o autor é Richard Bach.
Não se trata de um livro de filosofia; mas não deixa de provocar a reflexões.
Este foi um dos livros da minha juventude que marcaram minha memória.
Boa leitura.

O Livro esta saindo por 29,90 na livraria cultura, valor que pode ser dividido em até tres vezes.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Segredo de Mulher




Um tímido sorriso
Um suspense no olhar
A coragem de falar
Fora isso há um segredo, um grande segredo que se insinua...
Paira entre um silencio e outro.....
Quem ousar penetrar, sabe, é grande o risco de se perder antes que encontrar
Então permanece o mistério, não seria assim, não fosse mistério...
O que resta às crianças como eu?
Que resta aos pobres podres mortais?
Resta ver a menina na janela, àquela cena bucólica da menininha na janela;
Que busco no mais profundo da minha memória
Revivo neste segredo aquela cena
Da minha mais tenra infância...
A primeira paixão, paixão infantil....
E admirar, e contemplar, só contemplar......
Um dia de inspiração.....

sexta-feira, 13 de março de 2009

A poesia de T. S. Eliot


T. S. Eliot

Thomas Stearns Eliot (St. Louis, 26 de setembro de 1888Londres, 4 de janeiro de 1965) foi um poeta modernista, dramaturgo e crítico literário britânico-norte-americano. Em 1948, ganhou o Prémio Nobel de Literatura.
Eliot nasceu nos Estados Unidos, mudou-se para a Inglaterra em 1914 (então com 25 anos) e tornou-se cidadão britânico em 1927, com 39 anos de idade. Sobre sua nacionalidade e sua influência na sua obra, T.S. Eliot disse:
"[My poetry] wouldn’t be what it is if I’d been born in England, and it wouldn’t be what it is if I’d stayed in America. It’s a combination of things. But in its sources, in its emotional springs, it comes from America."[1]
Abaixo um dos trechos que mais me impressionou na poesia de Eliot denomina The Waste Land (A terra erma)
What are the roots that clutch, what branches grow
Out of this stony rubbish? Son of man,[20]
You cannot say, or guess, for you know only

A heap of broken images, where the sun beats,
And the dead tree gives no shelter, the cricket no relief,
And the dry stone no sound of water. Only
There is shadow under this red rock,[25]
(Come in under the shadow of this red rock),

And I will show you something different from either
Your shadow at morning striding behind you
Or your shadow at evening rising to meet you;
I will show you fear in a handful of dust.

[1] [Minha poesia] não seria o que é se eu tivesse nascido na Inglaterra, e não seria o que é se eu tivesse permanecido nos Estados Unidos. É uma combinação de coisas. Mas, nas suas fontes, na sua força emocional, ela vem dos Estados Unidos.