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sábado, 10 de abril de 2021

Amanhã 2019

Amanhã, quando amanhecer bem-tarde,
As crianças nascerão velhas
E caminharão pelas ruas em procissão

A frente um cortejo funebre...
Até de olhos fechados poderemos ver, acordar
E, enfim, o mundo como de fato é
O instante é, foi, jaz...
O hoje, um preterito pesado
Assassino a espreita do amanhã
E vamos quase ter, aprender, sobreviver

Quase...
Em meio a moribundos imundos
Aqueles que rejeitam a vida e cultuam a morte
Não haverá mais diálogo possível
Ainda que o silêncio, impossível
Jaz... o tempo, os amigos da inimizade
Dominam, os tolerantes com a intolerância
Uivam

Ode ao ódio, ode ao ódio
Cães! Silenciam pássaros e grilos
Amanhã, até onde a vista alcança só...; impossível avistar os que virão
Não será nem-fim, nem-começo

Só, sonho ruim, um hurro abafado, peito calado.

Sob uma luz amarela e turva,

Um mau presságio,

Na velha prateleira empoeirada nem-memória,

Sob um punhado de pó o medo
Uma sombra,
E a Terra erma, arrasada...

sábado, 11 de janeiro de 2014

A LUZ DO SOL NO ORIENTE


Minha terra agora jaz... erma...
Do outro lado do mundo o dia amanhece
Levanta o eterno Sol nascente
Aqui tudo enfurece, meus olhos tateiam
Colhe o dia seus sois orientais
De um lado a outro do teu lábio
Só pode cruzar um beijo
Tempo, tempo, quase tempo
Nunca é, nem nunca será suficiente.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Don't Let Me Be misunderstood.

La no recôndito da radical raiz

Ou na flor da fina pele

Mama eu ouço, somente tua voz

Negra, guerreira, rainha grave

Olha os pelos arrepiados

Minha pele também é tambor

Couro curtido ao Sol das estepes

Vibra grave um tímpano

Enquanto o outro se desfaz....

Don't let me be misunderstood

sábado, 24 de agosto de 2013

Um beijo em duas faces

Como tu bem sabes...
Os olhos são portas, estradas para um sertão...

La, bem no fundo
Da tua boca dissimulas tua língua, delicada, afiada

Ai, ai de mim...

Cada pinta em tua face é uma pista,
Num quadro des-ilusão.

Só...

Quê frieza a tua mão revela?
Onde está teu sangue?
Na cabeça ou no coração?

Teu caminhar só por entre as gentes engana a solidão?
Teu rumo tem destino certo.

Finges-te de Alice, mas sois avessa a loucura.
Temes a perdição...

No fundo da toca te des-cobres.
Do outro lado do espelho tudo se inverte.
Beijas a outra face.

Teus olhos desencontram
Tua boca seca

No fundo tu caminhas triste.


segunda-feira, 18 de março de 2013

Um passo adiante e eis o caminho...



É caminhando que se faz o caminho
Caminhar é errar, pois a vida não tem receita
Os acertos dos outros não nos ajuda, apenas seus erros nos ensina
Erros por erros prefiro os meus, são mais autênticos
São genuínos erros meus...

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Canto, do conto do encantado

Já quem olha do continente
Em primeiro avista uma ilha
Só navega quem vive na ilha
Só encanta quem vive a cantar
Indo de barco ou de pé sobre as águas
Caminhante, errante contente
Amantes inconsequentes, para a ilha apontam sua nau


          Jamais deixem de ouvir,
          Encanto duma sereia
          Ser perdido desde menino
          Ser menino sempre encantado
          Canto, do conto do encantado.

          A encantada. 

sábado, 19 de novembro de 2011

SANGUE LATINO

Liberta tua consciência, liberta teu corpo...
Livre é aquele que faz de si o que deseja de si...
Fazer a si mesmo é a mais sublime e terrível das artes
Por isso desejo não ser eu todos os dias
Começo pela desconstrução, porque em parte o que chegou de mim até aqui
Foram coisas que também não desejei

Desejo mais de mim, e não poderia ser diferente
Como num velho comercial
Desejo ser sempre mais de 'mim', em 'mim' mesmo...

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Minhas musicas preferidas



Eu me perdi na melodia das musicas que ouvi
Como se chamam as coisas do passado que ainda nos falam coisas?
Velhas?
Não seriam velhas as coisas que perderam a capacidade de nos provocar?
De nos comunicar?
De nos dizer algo?
Ou ainda de nos calar


O silencio...

Virei as costas para tudo que não me fala
Tudo que não me cala...
Sou vagabundo,
Sou errante, sou torto


Sou onda vagando por ai,
Acordes dissonantes
Sonho, sono e inconsciência


Nas melodias sou sempre eu; mas do avesso
Do outro lado sou assim, sou outro...
Tudo vem a tona, quando me perco na melodia
Das minhas canções, das minhas musicas preferidas

terça-feira, 19 de julho de 2011

Tenho um segredo

Não mergulhe fundo, meu cavalheiro
Você pode não emergir
Porque lá no fundo há um castelo
Cercado por um fosso
Este é o meu segredo...
[antes, despe-te de tua armadura]

Não atravesse essa ponte, homem.
Porque do outro lado destes muros há uma cidade
Minha cidade é labirinto.
Você pode se perder
Este é o meu segredo...
[antes, esquece-te de teus combates]

Não suba naquela torre, garoto.
De lá, não há como voltar
Este é o meu segredo...
[antes, abandona teus brinquedos]

[agarra-te somente a teus sonhos], criança.
E vive para sempre, dentro de mim
Este é o meu segredo...

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Nietzsche, o Gato

Somos moderninhos...? Não sei...
Chega de telhados...;
Agora ando, vagueio no ciberespaço...
M@sssssss........
Deixe a porta entre-aberta...
Este é o meu sinal...
Ainda não sei se devo entrar...
[Minha senhora quererá...?]
Talvez uma luz acesa...?
As vezes sou como Nietzsche, o Gato.
Vagabundo, sorrateiro, curioso e brincalhão.
Quando você menos esperar..
Entrarei lá...
Estarei lá..., brincando com você de 'mea'.
Me enroscando ao trançar as suas pernas...
Ou lambendo meus pelinhos...

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Um dia desses....

Um dia desses saí de casa, nunca mais voltei...
Fui comprar cigarros...
Um dia desses deitei na cama e nunca mais acordei...
Sonhei...
Dia desses nunca mais parti...
Nem voltei
Nesses dias não era eu, mas...
Nem eu...
Uma coisa estranha morrer...
Mas, mais estranho mesmo é...
Nos descobrirmos
Dia desses... 
Outro....
De repente.

sábado, 25 de junho de 2011

O mundo gira ao meu redor?

O mundo gira ao meu redor?
O homem não é a medida de todas as coisas?
Mas todas as coisas não fluem constantemente?
Eu sou fruição?
Eu sou eu ou meus pensamentos?
Mas pensar e ser não é o mesmo?
Meus pensamentos fazem o mundo girar?
Meus pés estão fixos no chão?
E minha cabeça, solta no ar?
O mundo gira, passa e flui...
Como meu pensamento
Eu mesmo como...
Eu giro...
Eu não...

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Às vezes, à noite, meu braço fica em uma posição que me incomoda [ a doçura de seu rosto me comove], permaneço impassível, não me movo, não o movo. 
Porque me aflige ainda mais a ideia de que você sofrerá com a ausência do meu calor. 

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Um dia curto demais

As vezes o dia limita a vida.
Não no sentido das vinte e quatro horas serem pouco tempo.
Não me refiro meramente ao tempo; embora, reconheça que o tempo tambem metrifica o dia, e, consequentemente a vida.
Mas estou pensando na energia que muitas vezes nos toma de assalto, faz a vida transbordar ser muito mais, nos dá aquele sensão de totalidade, de unidade, de compartilhamento...
É neste sentido, é a este sentido que me refiro...
Como naqueles dias que acordamos e temos a sensação de saber exatamente como está o mar...
Como estão as ondas, o vento...

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Segredo de Mulher




Um tímido sorriso
Um suspense no olhar
A coragem de falar
Fora isso há um segredo, um grande segredo que se insinua...
Paira entre um silencio e outro.....
Quem ousar penetrar, sabe, é grande o risco de se perder antes que encontrar
Então permanece o mistério, não seria assim, não fosse mistério...
O que resta às crianças como eu?
Que resta aos pobres podres mortais?
Resta ver a menina na janela, àquela cena bucólica da menininha na janela;
Que busco no mais profundo da minha memória
Revivo neste segredo aquela cena
Da minha mais tenra infância...
A primeira paixão, paixão infantil....
E admirar, e contemplar, só contemplar......
Um dia de inspiração.....

sexta-feira, 13 de março de 2009

A poesia de T. S. Eliot


T. S. Eliot

Thomas Stearns Eliot (St. Louis, 26 de setembro de 1888Londres, 4 de janeiro de 1965) foi um poeta modernista, dramaturgo e crítico literário britânico-norte-americano. Em 1948, ganhou o Prémio Nobel de Literatura.
Eliot nasceu nos Estados Unidos, mudou-se para a Inglaterra em 1914 (então com 25 anos) e tornou-se cidadão britânico em 1927, com 39 anos de idade. Sobre sua nacionalidade e sua influência na sua obra, T.S. Eliot disse:
"[My poetry] wouldn’t be what it is if I’d been born in England, and it wouldn’t be what it is if I’d stayed in America. It’s a combination of things. But in its sources, in its emotional springs, it comes from America."[1]
Abaixo um dos trechos que mais me impressionou na poesia de Eliot denomina The Waste Land (A terra erma)
What are the roots that clutch, what branches grow
Out of this stony rubbish? Son of man,[20]
You cannot say, or guess, for you know only

A heap of broken images, where the sun beats,
And the dead tree gives no shelter, the cricket no relief,
And the dry stone no sound of water. Only
There is shadow under this red rock,[25]
(Come in under the shadow of this red rock),

And I will show you something different from either
Your shadow at morning striding behind you
Or your shadow at evening rising to meet you;
I will show you fear in a handful of dust.

[1] [Minha poesia] não seria o que é se eu tivesse nascido na Inglaterra, e não seria o que é se eu tivesse permanecido nos Estados Unidos. É uma combinação de coisas. Mas, nas suas fontes, na sua força emocional, ela vem dos Estados Unidos.