Ética: conhecimento e ação boa
Questões
próprias ao estudo da ética – por exemplo, da relação entre consciência e
responsabilidade - já apareceram nos textos do teatro clássico, mas, o
tratamento teórico desse campo de estudo da filosofia teve início nos diálogos
de Platão. Essas questões da ética na Antiguidade são uma referência ao estudo
da ética sob um viés histórico, sobretudo considerando que foram apropriadas
pela posteridade e abordaram problemas ainda atuais.
A despeito de
uma tentativa de educar o jovem antigo com base nos modelos de comportamento de
deuses e heróis, apresentados nas composições dos poetas do período arcaico,
como Homero e Hesíodo, os gregos do século V a.C. vivenciaram na figura de
Sócrates – protagonista nos diálogos aporéticos de Platão – um novo rumo no
pensamento sobre a ética: o estudo da ação humana como critério de avaliação
ética e a razão como meio de se estabelecer os paradigmas.
O que está em
jogo na ética socrática dos diálogos é que o indivíduo deve ter controle das ações
para que prevaleçam as ações boas, aquelas baseadas nas ideias. Para ter
controle é preciso fazer valer a parte racional da alma (sobre a parte
apetitiva), única capaz de distinguir verdade e aparência e orientar a ação,
conforme o verdadeiro bem.
Embora haja
dificuldade em se definir o “verdadeiro bem”, por conta da “aparente
multiplicidade de bens”, é o conhecimento da verdade uma das formas perfeitas,
das ideias, que possibilita a apresentação de um modelo ético platônico. Assim,
considerando conhecer o bem como o conhecimento das ações boas, fica evidente a
importância da educação para o conhecimento da verdade orientadora.
No modelo
ético dos diálogos, o ser humano deve ser racional, buscar conhecimento, agir
bem e, assim, viver bem.
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