Filosofia da ciência: conhecimento e opinião
A
busca de compreensão da natureza do conhecimento é iniciada, no diálogo Teeteto, de Platão, por considerar as
sensações (aparências) como fonte, o que é rechaçado pelo relativismo
resultante. Em seguida, é empreendida uma distinção entre conhecimento, que é
dotado de uma justificação racional, e opinião verdadeira, sem uma justificação
racional. Essa justificação racional implica um sistema explicativo, “conjuntos
de hipóteses unificadas e organizadas de acordo com princípios, compartilhados por
uma comunidade de pesquisadores, os quais possibilitam a justificação racional
de opiniões verdadeiras, bem como a previsão da ocorrência de eventos no mundo.”
Dessa forma, chega-se a uma caracterização provisória - operacional - de conhecimento: “crença verdadeira racionalmente justificada no interior de um sistema explicativo.” Provisória porque a justificativa racional exige outra justificativa racional, e assim ad infinitum.
Dessa forma, chega-se a uma caracterização provisória - operacional - de conhecimento: “crença verdadeira racionalmente justificada no interior de um sistema explicativo.” Provisória porque a justificativa racional exige outra justificativa racional, e assim ad infinitum.
Na História da Filosofia
Antiga e Moderna, uma característica é recorrente, a ideia de se evitar o
preconceito – inclusive da opinião – e, por “maiêutica”, indução, intuição,
método, associação de ideias e outros
recursos, encontrar o conhecimento, ora com o apoio dos sentidos, ora, do
intelecto.
Descartes, e outros
racionalistas, apresenta como ponto de partida do conhecimento a intuição de
ideias inatas, cuja clareza e distinção – bem como procedência divina - as
tornam evidentes à razão, de inabalável verdade.
O discurso científico,
herdeiro dessa ideia cartesiana de produção metódica de conhecimento seguro, sobretudo
o positivista, tradicionalmente aparece como alternativa ao conhecimento comum
(sem justificação racional), numa relação de oposição e confronto. Alguns filósofos
– minoria - rejeitam essa separação e enfatizam a contribuição do conhecimento
comum ao pensamento filosófico e científico.
A “caracterização
operacional” do conhecimento, usada como recurso à falta de definição
filosófica, indica certo descompasso entre os discursos filosófico e científico
e as práticas cotidianas quando se tenta uma diferenciação entre “conhecimento”
e “ mera opinião”, até porque é possível constatar aspectos compartilhados por
ambos.
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