segunda-feira, 13 de maio de 2013


Ética: conhecimento e ação boa

Questões próprias ao estudo da ética – por exemplo, da relação entre consciência e responsabilidade - já apareceram nos textos do teatro clássico, mas, o tratamento teórico desse campo de estudo da filosofia teve início nos diálogos de Platão. Essas questões da ética na Antiguidade são uma referência ao estudo da ética sob um viés histórico, sobretudo considerando que foram apropriadas pela posteridade e abordaram problemas ainda atuais.

A despeito de uma tentativa de educar o jovem antigo com base nos modelos de comportamento de deuses e heróis, apresentados nas composições dos poetas do período arcaico, como Homero e Hesíodo, os gregos do século V a.C. vivenciaram na figura de Sócrates – protagonista nos diálogos aporéticos de Platão – um novo rumo no pensamento sobre a ética: o estudo da ação humana como critério de avaliação ética e a razão como meio de se estabelecer os paradigmas.

O que está em jogo na ética socrática dos diálogos é que o indivíduo deve ter controle das ações para que prevaleçam as ações boas, aquelas baseadas nas ideias. Para ter controle é preciso fazer valer a parte racional da alma (sobre a parte apetitiva), única capaz de distinguir verdade e aparência e orientar a ação, conforme o verdadeiro bem.

Embora haja dificuldade em se definir o “verdadeiro bem”, por conta da “aparente multiplicidade de bens”, é o conhecimento da verdade uma das formas perfeitas, das ideias, que possibilita a apresentação de um modelo ético platônico. Assim, considerando conhecer o bem como o conhecimento das ações boas, fica evidente a importância da educação para o conhecimento da verdade orientadora.

No modelo ético dos diálogos, o ser humano deve ser racional, buscar conhecimento, agir bem e, assim, viver bem.

sábado, 27 de abril de 2013

A FARSA DA DEFESA DA REDUÇÃO DA MAIOR IDADE PENAL PELO PSDB EM SP


OU SIMPLESMENTE “NÃO EXISTE AMOR EM SP, NEM EDUCAÇÃO”




A população carcerária em São Paulo em 1996 era constituída por aproximadamente 50 mil presos. Em 2007, essa população já havia chego a 153.274, um aumento de 146%. Nesse ano de 2013 a julgar pela média da progressão essa população pode estar ultrapassando os 250 mil. Desta população cerca de 60% é composta por pessoas jovens, entre 18 e 29 anos. Os mesmo 60% desta população possui somente o ensino fundamental.
Um cálculo simples nos dá conta que metade desta população estava em idade pré-escolar ou nos seus primeiros anos de estudo quando o PSDB assumiu o governo do estado de São Paulo em 1996. Em qualquer país sério (exceto EUA) essa seria a denúncia do fracasso educacional, do fracasso cultural, do fracasso de um partido que não tem, nem nunca teve um projeto de educação, um projeto de proteção da juventude, um projeto de nação.
Agora o governador Geraldo Alkmin aparece na TV, levantando a bandeira de uma punição mais severa para menores. Bandeira que não evidencia uma solução; mas, sobretudo o FRACASSO, o grande disparate no processo educativo, o fracasso na melhoria das condições de vida da juventude. Que deveria ter tido acesso à cultura, a uma educação de qualidade.
Todavia a grande mídia, a PIG, aceita e dissemina a vergonha do estado mais rico da federação como se essa fosse a grande solução, a solução definitiva para todos os nossos problemas.
Aumenta-se paulatinamente a população carcerária, porém, prossegue a cruzada da nossa sociedade rumo à barbárie. Os crimes violentos não cessam de surpreender, de chocar toda a população. Não tarda e nosso governador levantará a bandeira da pena de morte, se isso lhe parecer conveniente politicamente. Como se exterminar aqueles que não foram educados, aqueles que não foram “civilizados” fosse o mais brilhante dos recursos.
Noutro texto, outro dia, eu afirmava que vivíamos uma espécie de decadência espiritual (não no sentido religioso do termo). Essa decadência em parte é ratificada pela própria população que insiste em eleger políticos corruptos e um partido que obviamente fracassa na proteção dos jovens, na proteção das famílias, dos trabalhadores enfim do cidadão. Um partido que só tem a oferecer uma falácia como solução para todos os problemas.
Não se enganem, existe uma, e somente uma solução para a barbárie e ela se chama EDUCAÇÃO.
Que não se confunda ESCOLA com EDUCAÇÃO. Educação diz respeito a um projeto amplo de sociedade, diz respeito a um projeto ambicioso de construção de um futuro melhor que implique na inclusão SOCIAL, CULTURAL E ECONÔMICA de todas as pessoas.
DUVIDO sinceramente que esse seja o projeto do PSDB, duvido porque não vislumbro num horizonte próximo um tratamento digno desse partido para com os PROFESSORES, por exemplo.
Dois grupos são fundamentais para a construção de uma sociedade mais justa, de um país, de um estado ou cidade mais digna. Esse dois grupos são compostos pela JUVENTUDE e pelos PROFESSORES; porém, uns o governo insiste em mandar para trás das grades, os outros, insiste em humilhar e desvalorizar.
É lamentável.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

A DECADÊNCIA DO POVO BRASILEIRO:

ou sobre igrejas, botecos e farmácias (parte I)



Três coisas principalmente se proliferam nas pequenas cidades e entorno das grandes cidades como sinal da doença e da decadência espiritual de um povo. São elas as “igrejas”, os “botecos” e as “farmácias”.
Para comprovar a decadência que aqui denuncio não é necessário postular uma tese, exercício de um intelectual, ou ainda, que seja posto em pratica uma investigação científica por algum catedrático; basta que um indivíduo qualquer, dotado minimamente de razão ou discernimento observe e analise com atenção o que acontece nas periferias e mesmo nas ruelas das grandes e pequenas cidades do nosso país.
Enquanto a Europa e todos os países desenvolvidos cada vez mais abandonam as crenças, superstições e religiões, nosso país, ao contrário, parece cada vez mais se aprofundar nas trevas das religiosidades, cultos e superstições que ainda hoje fazem ecoar os resquícios sombrios de um mundo medieval.
Parece que vivemos aqui um retrocesso.
Desde o século XVIII, se não antes para alguns países, a maior parte das nações ocidentais realizou um divórcio, que ‘parecia’ definitivo, entre Igreja e Estado. Todas essas conquistas estão agora sendo postas em risco na América Latina, e particularmente no Brasil.
Isto porque, entre outras coisas, as transformações sociais e econômicas apenas nos trouxeram a ilusão capitalista do sucesso pelo trabalho. O que é certo é que a divisão social e econômica em nosso país criou um abismo que, mesmo hoje com todas as mudanças, ainda é intransponível.
A evidência dessa condição gera desalento e falta de esperança no futuro. O desalento, a falta de esperança na melhoria das condições de vida torna-se o combustível para as crendices, superstições e religiosidades. Pois o que resta a um homem que não consegue ver saída para sua miserabilidade, para suas frustrações, problemas, e doenças, senão a conversão numa crença da salvação da alma. Ora se tudo aqui parece estar perdido, pensa o sujeito, porque não investir no que supostamente ainda me resta? A alma! Este sujeito acaba se tornando um alvo fácil para os “agiotas da salvação”. E assim avança e se ramifica nas periferias das grandes e pequenas cidades um sem numero de igrejas e casa de orações entre outros espaços para o culto da superstição e da devoção.
O homem perdido e sem esperança na vida cultua a esperança de uma outra vida, uma crença no além. Nega e renega seu direito de luta, de subversão da sociedade. Nega e renega sua existência positiva em favor de uma existência negativa, de uma existência no além. Desse modo, se aliena e se torna ainda mais um instrumento da escravidão econômica, visto que não fará frente, não se oporá a exploração promovida pelo sistema, haja vista todas as suas fichas estarem depositadas “num além vida”.
(...)

segunda-feira, 18 de março de 2013

Universidades federais finalmente expostas na Scientific American Brasil



http://adonaisantanna.blogspot.com.br/2013/01/universidades-federais-finalmente.html

Caro professor
Conheci seu trabalho há alguns anos quando pesquisava uma base para meu projeto de mestrado em filosofia da Ciência. Na ocasião, adquiri seu livro "O que é um axioma".
Sobre o artigo em questão, passei por uma experiência que me veio inteiramente a cabeça enquanto lia seu artigo.
Neste ano, me inscrevi para uma vaga como professor de Filosofia da Ciência (num curso de licenciatura em Filosofia) numa instituição particular de ensino superior, apresentei uma aula em que usava o experimento de Michelson e Morley como base para análise dos conceitos de experimento, ciência e  verdade científica, neste sentido havia um entrecruzamento, uma convergência de linhas filosóficas em que entrava em operação a noção semântica de verdade de Tarski.
Humildemente não sei se fiz uma boa apresentação.
Porém o que mais me chamou atenção foi o fato de que ao final de minha apresentação, umas das pessoas que me avaliavam ter perguntado: "e Platão? E Aristóteles? E a Filosofia?
Pareceu-me evidente, naquele momento, pelo teor da pergunta - que as pessoas não consideravam nenhuma relação entre o que eu havia apresentado  e a Filosofia da Ciência. Ainda mais, que tinham uma visão absolutamente ultrapassada do assunto (ela não questionava a falta de diálogo com a tradição filosófica). O que demonstra o abismo existente entre o que se ensina nas Instituições de Ensino Superior e o que se pesquisa em Filosofia da Ciência atual.
Neste sentido, pergunto ao senhor: se as instituições de ensino superior públicas estão defasadas em termos de atualidade do conhecimento em função da falta de qualidade individual dos professores, que dizer da instituições privadas?

Um passo adiante e eis o caminho...



É caminhando que se faz o caminho
Caminhar é errar, pois a vida não tem receita
Os acertos dos outros não nos ajuda, apenas seus erros nos ensina
Erros por erros prefiro os meus, são mais autênticos
São genuínos erros meus...

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Canto, do conto do encantado

Já quem olha do continente
Em primeiro avista uma ilha
Só navega quem vive na ilha
Só encanta quem vive a cantar
Indo de barco ou de pé sobre as águas
Caminhante, errante contente
Amantes inconsequentes, para a ilha apontam sua nau


          Jamais deixem de ouvir,
          Encanto duma sereia
          Ser perdido desde menino
          Ser menino sempre encantado
          Canto, do conto do encantado.

          A encantada. 

domingo, 1 de julho de 2012

Espelho para cego?


Preste bem atenção no que vou te escrever...
Porque vou repetir essa expressão por duas vezes
"Sou teu amigo, não teu cúmplice."
Não tenho que concordar com tudo que você pensa, diz e faz.
Você tem muitas pessoas para te bajular, não sou teu bajulador
Se nossa amizade persistir será pela afirmação daquilo que temos em comum
Creio que nossa amizade persistirá porque ela é, e sempre foi baseada numa relação de sinceridade. 
Não poderia ser diferente, não da minha parte.
Por isso reafirmo: sou teu amigo, não teu cúmplice.
Houve muitos momentos em que questionei, em que discordei de suas atitudes, gestos, ações. Quando discordei fiz isto de maneira firme, porém humana e fraterna. Fazendo questão de deixar claro minha posição.
Nossas posições politicas são diametralmente opostas, e dai?...Porém...

Vivemos numa época em que as pessoas não aceitam um NÃO como resposta, não aceitam uma reprimenda, não aceitam terem suas atitudes questionadas.
Qualquer pessoa que discorde é um inimigo.
E o inimigo, o discordante deve ser aniquilado, deve ser eliminado, extinto, exterminado.

Assim, vemos as pessoas sendo mortas em brigas de torcida, em guerras religiosas etc.
Vemos também a hipocrisia  das pessoas quando se espantam diante da violência; mas principalmente quando a violência se torna um espetáculo midiático.
Querem aniquilar o 'outro'.
Se "o inferno são os outros", como dizia Sartre, são também o ponto de referência para nossa existência, o espelho por meio do qual o sujeito vê a si próprio.Desta forma, os outros são nosso espelho.
Vivemos numa época em que o sujeito se destaca por sua capacidade conviver com a hipocrisia, a falsidade, a mentira.
Talvez esta seja a razão "por verem um mundo doente", por verem a si próprios doentes pretendem destruir todo e qualquer espelho, O OUTRO.
Não posso pactuar com esse tipo de atitude. 
Luto numa outra frente.
Meu fronte é outro, pois no cabo de guerra que a civilização humana trava com a barbárie
Me aliei à educação. 
Na tenção que se estabelece entre um novo mundo e sua destruição, tomei o partido da cultura, da civilização, da educação, da construção do homem integral, ecológico...

Nossa amizade sobreviverá se, e somente se, sobre nossas incompatibilidades sobrepusermos nossas empatias.
Noutras palavras, se prevalecer as  qualidades sobre os defeitos, se prevalecer o afeto sobre o ranço.
Enfim, a amizade persiste, se persistir não o ódio, mas o AMOR.