sábado, 11 de janeiro de 2014

O FANTASMA DE UM HOMEM VIVO


Noutro dia vi um fantasma...
Perambulava pelos cômodos da casa, meio arqueado
Como quem carrega um peso sobre os ombros
Dizem: alma penada é assim!
No começo me veio um tremor, depois um temor de encará-lo
Não, eu não acredito em fantasmas, pensei.
Mas ainda assim senti um calafrio percorrer minha espinha.
Figura horrenda, sombria, tenebrosa...
Não poderia encará-lo nos olhos mesmo que quisesse.
Seus olhos pareciam vazios, um olhar vazio, num sempre olhar para o vazio...
Na penumbra perambulava sem sentindo, como que desorientado
Gesticulava a cabeça de forma frenética, como quem não acredita
Parou diante do espelho e observou por alguns minutos, como quem nada visse
Ou visse no fundo dos olhos, os olhos, os olhos, os olhos...
Voltei para a cama, 
Por um tempo não pensei, des-pensei...e me virei
Mas ele ainda não morreu! Pensei.
Será?
O fantasma de um homem vivo?

A LUZ DO SOL NO ORIENTE


Minha terra agora jaz... erma...
Do outro lado do mundo o dia amanhece
Levanta o eterno Sol nascente
Aqui tudo enfurece, meus olhos tateiam
Colhe o dia seus sois orientais
De um lado a outro do teu lábio
Só pode cruzar um beijo
Tempo, tempo, quase tempo
Nunca é, nem nunca será suficiente.