segunda-feira, 13 de maio de 2013


Ética: conhecimento e ação boa

Questões próprias ao estudo da ética – por exemplo, da relação entre consciência e responsabilidade - já apareceram nos textos do teatro clássico, mas, o tratamento teórico desse campo de estudo da filosofia teve início nos diálogos de Platão. Essas questões da ética na Antiguidade são uma referência ao estudo da ética sob um viés histórico, sobretudo considerando que foram apropriadas pela posteridade e abordaram problemas ainda atuais.

A despeito de uma tentativa de educar o jovem antigo com base nos modelos de comportamento de deuses e heróis, apresentados nas composições dos poetas do período arcaico, como Homero e Hesíodo, os gregos do século V a.C. vivenciaram na figura de Sócrates – protagonista nos diálogos aporéticos de Platão – um novo rumo no pensamento sobre a ética: o estudo da ação humana como critério de avaliação ética e a razão como meio de se estabelecer os paradigmas.

O que está em jogo na ética socrática dos diálogos é que o indivíduo deve ter controle das ações para que prevaleçam as ações boas, aquelas baseadas nas ideias. Para ter controle é preciso fazer valer a parte racional da alma (sobre a parte apetitiva), única capaz de distinguir verdade e aparência e orientar a ação, conforme o verdadeiro bem.

Embora haja dificuldade em se definir o “verdadeiro bem”, por conta da “aparente multiplicidade de bens”, é o conhecimento da verdade uma das formas perfeitas, das ideias, que possibilita a apresentação de um modelo ético platônico. Assim, considerando conhecer o bem como o conhecimento das ações boas, fica evidente a importância da educação para o conhecimento da verdade orientadora.

No modelo ético dos diálogos, o ser humano deve ser racional, buscar conhecimento, agir bem e, assim, viver bem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário