Para dizer em voz alta
O que eu gostaria de ter ouvido
Elas me fizeram pai
E, uma vez dito: eu, si, mim... escuto.
Eu grito! Eu causo
Surto...
Elas me refazem
Educador de si
Psiu..., Silêncio
De sim, de não
E digo, e, mim digo. Pai!?
Amor, afeto.
Só ouvir...
Me traumatiza a civilização
De mim, tornar mais ou menos humano
Ser pai, resgata, invoca o meu ser filho, filhas
Que vez em quando o tom
Do meu equivocado afeto é dor
Onde bastaria um olhar atento
E um gesto, amor...
Mas elas...
Todos os dias me ensinam
Minhas filhas, uma lição
No decorrer duma trilha
Serem filhas de um pai castrado
E atado e castro
Me indago e sigo
Pai sem nunca ter tido?
Afeto como?
Diz o poeta: a alma humana é um abismo.
E eu lá do fundo, bem no fundo
Será por isso o grito!?
Então, ensino o que não aprendo?
Ardendo, ar prendo, só crendo
Aprendo?
Ensino?
Nasce um, filha? nasce um pai!
Sem pai, sem filha?
Não ouço nem grilo, nem eco
Ai de mim...
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